Times de espermatozoides

Por Virgínia Meneghini Lazzari – Departamento de Biologia Celular, Embriologia e Genética – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Figura 1 – Ilustração da competição pela fertilização

Caro leitor, você certamente já ouviu falar sobre o espermatozoide “vencedor” e sobre como ele consegue sozinho ser mais capaz que os demais espermatozoides, chegar até o gameta feminino e fazer a fecundação, mas talvez o que você não saiba é que esse espermatozoide pode ter sido ajudado por um time de companheiros de jornada para chegar até lá. Isso mesmo, cientistas descobriram que espermatozoides humanos nadam mais rápido quando estão em times!

A literatura sobre o tema já havia demonstrado que os espermatozoides humanos podiam nadar lado a lado, sincronizando suas caudas de forma hidrodinâmica, mas a natação cooperativa em que os espermatozoides se ligam uns aos outros fisicamente pela cabeça havia sido refutada até então. A natação cooperativa requer que o espermatozoide seja fisicamente anexado, seguido de migração como um grupo com flagelos não ligados. A fixação é impulsionada por componentes de membrana, e não pela hidrodinâmica do meio migratório. Esse tipo de natação já havia sido relatado em outras espécies animais, mas nunca em humanos.

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Inovação no combate às metástases pulmonares e redução de efeitos colaterais utilizando viroterapia oncolítica. 

Por Izabella Thaís da Silva – Departamento de Ciências Farmacêuticas – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) 

A viroterapia oncolítica é uma estratégia promissora no tratamento do câncer, utilizando vírus que infectam e destroem seletivamente células tumorais, além de estimular uma resposta imune antitumoral (para saber mais sobre o tema acesse nosso texto publicado recentemente aqui no blog e intitulado “Os vírus que combatem o câncer: uma nova esperança na terapia“). No entanto, a administração sistêmica dos vírus oncolíticos enfrenta vários desafios, incluindo a rápida neutralização pelo sistema imune, toxicidade associada a doses elevadas e penetração limitada nos tumores metastáticos, especialmente nos pulmões.

Para tentar resolver esses problemas, pesquisadores do Departamento de Cirurgia Oncológica do Primeiro Hospital da Universidade Médica da China, desenvolveram a terapia ELeOVt, que consiste na montagem de vírus oncolíticos na superfície de eritrócitos (que são as células vermelhas do sangue), protegendo-os da neutralização imunológica e prolongando sua circulação sistêmica. Os eritrócitos, por serem células do nosso próprio corpo e abundantes, servem como uma plataforma ideal para o transporte de vírus oncolíticos até os sítios metastáticos pulmonares. 

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