Envelhecer… ou talvez não!

Por Hélia Neves
Prof. da Faculdade de Medicina de Lisboa – Portugal

Saber envelhecer bem é, possivelmente, um dos nossos maiores desejos! Trata-se de uma das grandes inquietações do homen desde os primórdios do tempo. Veja-se o mito grego de Eos e Tithonis. Eos, Aurora na mitologia Romana, pediu a Zeus a imortalidade do seu amante, Tithonus, o príncipe de Tróia. No entanto, ao esquecer-se de pedir também a sua eterna juventude, acabou por condenar Tithonus a envelhecer para todo o sempre… E hoje? Será que com os extraordinários progressos da ciência, podemos finalmente “roubar estes poderes divinos” e desafiar os limites da nossa juventude e mortalidade? Continuar lendo

Os vírus são capazes de conversarem entre si

Por Ricardo Castilho Garcez                                                                                                  
Dpto. de Biologia Celular, Embriologia e Genética – UFSC

Para que um vírus possa se multiplicar, ele precisa infectar uma célula. Após a infecção, o vírus passa a controlar a maquinaria de produção de proteínas da célula hospedeira, obrigando-a a produzir novos vírus. Esse processo acaba levando a célula hospedeira à morte, liberando vários vírus que irão infectar novas células. Note que existe um paradoxo nesse sistema, pois ao matar as células hospedeiras, o vírus tende a ficar sem ter como se multiplicar. Porém, recentemente cientistas israelenses descobriram que alguns vírus se comunicam entre si controlando Continuar lendo

Shakespeare não foi o autor de todas as suas peças

Pedro Telles da Silveira                                                                                                            Doutorando do Programa de Pós-Graduação em História – UFRGS

No começo do mês de outubro de 2016, a publicação da nova edição completa das obras de William Shakespeare, pela editora da Universidade de Oxford, chamou a atenção do grande público. Pela primeira vez, outro autor assinou em coautoria um trabalho de Shakespeare. Trata-se do poeta e dramaturgo Christopher Marlowe (1564-1593), cuja carreira literária foi abreviada por sua prematura morte antes de completar trinta anos de idade. Essa é uma descoberta de grande relevância para os estudiosos da obra do escritor britânico e que sela um debate que se arrastava desde o século XVIII, qual seja, se Shakespeare escrevera suas obras junto a algum colaborador Continuar lendo

Uma montanha russa de luz

Por Paula Borges Monteiro
Grupo de Estudos em Tópicos de Física – IFSC

Na última semana de dezembro de 2016, foi publicado na revista científica Nature, um trabalho cujo título pode ser traduzido como “Trajetórias exóticas em loop de fótons em interferência de três fendas”. Em outras palavras, partículas de luz que encontram um obstáculo com fendas, podem, através destas, fazer voltas como aquelas que vimos em montanhas russas. Robert W. Boyd e mais 10 pesquisadores dos Estados Unidos da América, México, Canadá e Alemanha demonstraram experimentalmente que, em condições controladas, a luz executa trajetórias diferentes das esperadas. Para podermos entender o experimento que foi realizado com três fendas, vamos voltar um pouco no tempo e considerar primeiramente a mesma situação com apenas duas fendas. Continuar lendo