Entendendo o mal de Charlie Gard

Por: Giordano W. Calloni – Dpto. de Biologia Celular, Embriologia e Genética – UFSC

Figura 1 – Chris Gard e Connie Yates com seu bebê Charlie Gard. Fonte: The Sun.

It is now too late to treat Charlie” (Agora é muito tarde para tratar Charlie). Foi com estas palavras proferidas, no último dia 27 de julho pelo advogado de Chris Gard e Connie Yates (Figura 1), que chega ao fim uma luta jurídica de repercussão internacional que mobilizou desde o presidente americano Donald Trump até o Papa Francisco.

O caso foi amplamente noticiado pela imprensa internacional e envolveu um bebê chamado Charlie Gard, nascido em 04 de agosto de 2016. Charlie parecia um bebê perfeitamente saudável, entretanto, apenas um mês após seu nascimento, os pais perceberam que seu filho não era como outros bebês da mesma idade. Charlie não conseguia, por exemplo, sustentar a cabeça erguida. Ele foi levado ao hospital e o diagnóstico revelado foi avassalador: Charlie possuía uma doença excepcionalmente Continuar lendo

Células-tronco do cérebro podem influenciar o ritmo do envelhecimento

Por Marco Augusto Stimamiglio – Instituto Carlos Chagas – Fiocruz/PR

A literatura científica tem demonstrado, constantemente, uma variedade de funções das células-tronco em nosso organismo. Inclusive durante a idade adulta, muitos tecidos do corpo humano produzem novas células a partir das células-tronco. Mesmo naqueles tecidos em que, até recentemente, se pensava não haver reposição de células, como coração e cérebro, os cientistas têm demonstrado haver renovação. Mais do que isso, as células-tronco têm sido relacionadas a uma série de funções importantes para a manutenção da própria vida. Recentemente, cientistas do Albert Einstein College of Medicine de Nova York descobriram que células-tronco do hipotálamo, região do cérebro capaz de controlar processos de envelhecimento do corpo (além de outras funções como crescimento, desenvolvimento, reprodução e metabolismo), apresentam diversos efeitos sobre a taxa de envelhecimento em camundongos.

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“Lab-on-a-glove”: um laboratório na palma de sua mão contra o terrorismo químico

Por Bruno José Gonçalves da Silva Prof. Dpto. de Química – UFPR

Fonte: Joseph Wang / University of California – San Diego

É triste começar um texto científico desta maneira, mas a verdade deve ser dita: vivemos em um mundo cada vez mais perigoso! Lamentavelmente, essa é uma realidade que descreve com precisão o estado de atenção que cerca nosso cotidiano, como evidenciado por uma série de atos chocantes de terrorismo ao redor do mundo. É comum nos noticiários, por exemplo, reportagens sobre explosões de bombas e liberação de gases tóxicos em ambientes de alta densidade populacional. Trata-se de uma forma de terrorismo conhecido como terrorismo químico, no qual Continuar lendo

Um dos porquês da fragilidade dos músculos…

Por Rita Zilhão, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal

Hoje vamos falar da função muscular, ou melhor, da falta do correto funcionamento da função muscular. A que nos estamos a referir? Poderia ser ao que se observa durante o envelhecimento, em que vai havendo um progressivo desgaste e perda de tecido muscular … e que nem a ginástica consegue resolver – e neste caso se está perante aquilo que se designa de atrofia muscular. Ou às diferentes situações de doença em que há uma fragilidade muscular que conduz a uma mobilidade reduzida, progressivamente incapacitante, podendo as pessoas perder a capacidade de se mover.

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