As células-tronco esqueléticas humanas existem!

Por Marco Augusto Stimamiglio, Instituto Carlos Chagas – Fiocruz/PR

Em um estudo publicado em setembro de 2018 na renomada revista científica Cell, pesquisadores dos Estados Unidos, Áustria e Japão, identificaram em um trabalho conjunto, três anos após a descoberta de células-tronco esqueléticas em camundongos, a versão humana desse precursor de osso, cartilagem e estroma (células de suporte da medula óssea). Os cientistas mostram que essas células-tronco esqueléticas são autorrenováveis e multipotentes.

Para divulgar seu trabalho, eles mesmos produziram um vídeo que retrata o diálogo entre uma célula óssea (osteócito) e uma célula de cartilagem (condrócito). O vídeo em inglês, assim como o artigo na íntegra, podem ser acessados através deste link. E a estória se passa assim:

Osteócito: Você já se perguntou sobre a nossa ancestralidade?

Condrócito: Bem! Desde que as células progenitoras do osso foram descobertas nos camundongos esse pensamento ronda meu pensamento… Continuar lendo

Liberação lenta de Sinvastatina pode auxiliar o processo de regeneração pulpar

Por Michelle Tillmann Biz – Dpto. de Ciências Morfológicas / UFSC

Não é de hoje que os cientistas se empenham para encontrar alternativas mais biológicas para a restauração de dentes visando à regeneração pulpar (ver post anterior). Tudo que temos hoje em dia à disposição para a restauração de dentes em que a cárie já atingiu a polpa (tecido que dá a vitalidade e sensibilidade aos dentes, vide figura 1), é o uso de medicações e materiais sintéticos.

Figura 1: Tecidos que compõe o dente. Dentina, esmalte e cemento são tecidos mineralizados; enquanto a polpa dentária é o tecido que dá vitalidade e sensibilidade ao dente.

As medicações funcionam como uma alternativa para manter o tecido remanescente, mas não são capazes de promover a regeneração da polpa dentária, muitas vezes falhando no seu objetivo inicial. Nesse sentido, cientistas buscam alterativas biológicas para mediar o processo de regeneração desse tecido quando o mesmo for lesionado pela cárie. E é nesse contexto que um grupo brasileiro de CIENTISTAS DESCOBRIRAM QUE… a liberação lenta de sinvastatina, contida em arcabouços de quitosana, aumenta a quimiotaxia (atração) e o potencial de regeneração de células pulpares, podendo ser um biomaterial a ser considerado como uma alternativa para a estimulação da regeneração do complexo polpa-dentina. Continuar lendo

Caminho da liberdade para pacientes com doenças renais

Por Renata  Kaminski, Dpto. de Química, UFS / Aracajú – SE

Existem mais de 3 milhões de pacientes com doenças renais em estágio final, que não têm outra alternativa que não seja diálise ou transplante renal. A quantidade de transplantes renais não é suficiente para atender a todas essas pessoas e a maioria acaba tendo que realizar diálises constantes, que, de certa forma, diminuem a liberdade ou mesmo incapacitam os pacientes.  O tratamento de diálise normalmente prescrito é em torno de 9-12h por semana, ligado a uma máquina de filtração do sangue, o que diminui consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes. Diálises mais frequente e longas levam a resultados melhores. Continuar lendo