Retina artificial baseada em folhas de grafeno e materiais 2D

Por Keli Seidel – UTFPR – kelifisica.com.br

Não é nenhuma novidade o fato de cientistas tentarem desenvolver dispositivos (optoeletrônicos, óticos ou mecânicos) capazes de substituir partes do corpo humano que tenham sofrido algum tipo de dano irreversível. São velhos exemplos disso o marcapasso cardíaco, stent para angioplastia, implante coclear etc. Apesar de tantos avanços tecnológicos gerados nos últimos anos, algumas situações, onde se busca imitar tecidos, músculos, nervos ou até mesmo órgãos do corpo humano, ainda são consideradas pesquisas científicas de alto grau de complexidade. Além do dispositivo a ser inserido no corpo humano precisar imitar ao máximo a funcionalidade da parte natural, esse precisa de características fundamentais, como a bio-compatibilidade, para que o corpo não gere rejeição e adaptação à anatomia do corpo, se adaptando à superfície/curvaturas de onde será implantado. Continuar lendo

“Fauna e Flora”, mas e os fungos?

Por Elisandro Ricardo Drechsler-Santos, Depto. BOT-CCB, PPGFAP, MICOLAB – UFSC

Todo mundo já leu ou ouviu os termos “Fauna e Flora” em jornais, noticiários, documentários ou até mesmo na legislação, certo? Ok mas, e os fungos?

Figura 1: A deusa dos fungos, “Diana Funga”. Reprodução do artista brasileiro Claudio Toscan Jr. da obra original de Schaeffer (1774)

Todos sabemos o que significa “Fauna e Flora”. Quando falamos que a fauna é exuberante em uma determinada região, queremos salientar que os animais daquele lugar chamam muita atenção, como é o caso da Amazônia. Quando falamos que a flora de determinado lugar é muito diversificada, queremos dizer que existem muitas espécies de plantas que ocorrem lá, como é o caso da Mata Atlântica. E os fungos? Qual termo poderíamos utilizar para a diversidade de fungos de um ecossistema ou região que seja equivalente e ao mesmo tempo distinto de “Fauna e Flora”? A resposta é que não há um termo universal, que seja utilizado em diferentes línguas, em diferentes países, e que ao mesmo tempo seja entendido por todos. Pior, muitas vezes os fungos são tratados como Flora ou no genérico grupo dos microorganismos. Continuar lendo

Os 10 fungos mais temidos pela humanidade

Por Elisandro Ricardo Drechsler-Santos, Depto. BOT-CCB, PPGFAP – UFSC

Figura 1: Infecção cerebral causada pelo fungo número 1 da lista, Cladophialophora bantiana (cérebro de um gato). Fonte: modificado de Hyde et al. 2018: com permissão de Russell et al. (2016). Barra de 1,5 cm.

Existem milhares de espécies de fungos que causam benefícios (medicamentos, alimentos etc.), mas também há muitos que representam um verdadeiro mal para o ser humano. Um grupo internacional de cientistas Micólogos divulgou a lista dos 10 fungos mais temidos na atualidade. A conceituada revista Fungal Diversity, em seu volume de outubro de 2018, apresenta  espécies  de fungos causadoras de doenças que matam milhares de pessoas, desde patógenas oportunistas de pacientes com imunidade baixa até produtoras de micotoxinas que são responsáveis por severas intoxicações. Dentre as espécies de fungos tóxicas está o exemplo de um cogumelo mortal, que por vezes é confundido com alguma espécie comestível. Também citam fungos que causam danos irreparáveis, tanto para nossas construções e plantações, quanto para a biodiversidade, pois são responsáveis por extinções de outras espécies. Vamos a lista por ordem:

1- Cladophialophora bantiana: o fungo mais temido é o que “come” cérebros (the brain-eating fungus) (Fig. 1). Essa levedura pode ficar incubada por anos sem causar sintomas em suas vítimas. Quando os sintomas aparecem pode ser tarde demais, pois a taxa de mortalidade é de 60%. Esse fungo “silencioso” pode ser fatal inclusive em pessoas saudáveis. Ainda bem que é um fungo raro! Continuar lendo