Bactérias podem controlar o aparecimento de melanomas

Por Bruno Costa da Silva – Champalimaud Centre for the Unknown/Lisboa – Portugal 

Para os queridos leitores mais assíduos, que acompanham as matérias do blog cientistas descobriram que, o título desta nova matéria pode, com razão, parecer uma contradição ao que publicamos no final do último mês de outubro, quando falamos da descoberta de que bactérias podem consumir agentes antitumorais e contribuir para casos de resistência de tumores a tratamentos. De fato, tem se observado, em diversos campos das ciências biológicas e médicas, que as bactérias presentes no nosso corpo servem não apenas para nos deixar doentes como para ajudar as empresas de cosmético a venderem desodorantes. Além disso, tem se observado que ao interagir com as nossas células humanas, essas bactérias exercem papéis cruciais para a nossa saúde. Continuar lendo

Fósseis de fungos nos ajudam a contar a história da vida no planeta

Por Felipe Bittencourt & Elisandro Ricardo Drechsler dos Santos, Dpto. BOT-CCB, PPGFAP – UFSC

FIGURA 1: Gondwanagaricites magnificus (A) foto do fóssil de cogumelo mais antigo, depositado no Herbário URM da Universidade Federal de Pernambuco. (B) Desenho interpretativo do cogumelo fóssil, mostrando regiões anatômicas que comprovam a identidade fúngica (fonte: artigo original Heads et al. 2017).

O cogumelo fóssil mais antigo, batizado de Gondwanagaricites magnificus (Figura 1), foi encontrado recentemente no nordeste brasileiro, mais especificamente na Formação Crato da Chapada do Araripe (Ceará). Com aproximadamente 115 milhões de anos (ver artigo 2 abaixo), o fóssil é a prova que os cogumelos são tão antigos quanto o super continente Gondwana, que reunia os atuais continentes do hemisfério sul do planeta.

A formação de um fóssil requer uma série de eventos para que o organismo ou sua impressão sejam preservados. Por sua vez, os fósseis de fungos são raros, o que se deve ao fato de que poucas espécies produzem estruturas rígidas. Por este motivo, a paleomicologia, ciência que estuda os fósseis de fungos, ainda caminha a passos curtos.

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Células-tronco regeneram medula espinhal! Será que dessa vez é para valer?

Por Ricardo Castilho Garcez, Dpto. de Biologia Celular, Embriologia e Genética – UFSC

Fonte: Aidiscam

Depois de 30 anos de pesquisas, no início de 2018, um grupo de pesquisadores demonstrou que enxertos de células progenitoras neurais podem regenerar medulas lesionadas de macacos.

Para os leitores que acompanham as descobertas científicas na área de regeneração de lesões medulares, essa notícia pode não parecer novidade, afinal, há muito tempo notícias semelhantes são vinculadas na mídia! A revista americana Science, na qual a citada descoberta foi publicada, estaria divulgando notícias antigas como sendo novas? Será que até a prestigiada Science entrou na onda das fake news?

A resposta é não! Mas você entenderá o porquê dessa notícia parecer antiga.

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