Luz e sombra: quando a ciência imita as artes e a natureza

Por Keli F. Seidel – Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR 

Girassóis, além de serem belas flores, podem despertar certa curiosidade em muitas pessoas devido ao seu comportamento de seguir o sol, chamado fototropismo. Este comportamento faz com que as flores variem sua orientação em relação à luz do sol que incide sobre elas buscando maior iluminação. A natureza sabe explorar este fenômeno muito bem e cientistas há tempos vêm tentando desenvolver materiais capazes de imitar esse comportamento dos girassóis. Por quê? Porque estes materiais poderiam, por exemplo, recobrir painéis fotovoltaicos que são instaladas em nossas casas, capazes de converter a energia solar em energia elétrica. A grande vantagem seria que esses materiais se movimentariam em relação ao movimento do sol de maneira a receber uma maior incidência solar aproveitando, portanto, melhor a luminosidade.

Pesquisadores da área de engenharia e ciências dos materiais da Universidade da Califórnia desenvolveram uma estrutura de material fototrópico capaz de seguir precisamente a direção da luz incidente. Assista ao vídeo Continuar lendo

Faça-se luz! Mas “biológica” por favor!

Por Hélia Neves – Faculdade de Medicina de Lisboa – Portugal

A palavra “biológico” tomou conta do nosso quotidiano, está presente nos alimentos (biológicos/orgânicos), na cosmética, nos métodos de tratamento… e até já existem hotéis biológicos, os bio-hotéis! E de verdade, quem de nós não se sente tentado a consumir “biológico”, com a promessa de esse melhorar o nosso bem-estar e o do planeta? Foi o que também pensou uma equipa de engenheiros do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), ao tentar criar plantas capazes de iluminar as nossas casas. Parece-lhe ficção? Talvez não, talvez esteja num futuro mais próximo do que imagina! E uma vez que a iluminação é responsável por cerca de 20% do consumo mundial de energia, a exploração de novas soluções para a mesma merece, sem dúvida, a nossa atenção. Continuar lendo

Uma montanha russa de luz

Por Paula Borges Monteiro
Grupo de Estudos em Tópicos de Física – IFSC

Na última semana de dezembro de 2016, foi publicado na revista científica Nature, um trabalho cujo título pode ser traduzido como “Trajetórias exóticas em loop de fótons em interferência de três fendas”. Em outras palavras, partículas de luz que encontram um obstáculo com fendas, podem, através destas, fazer voltas como aquelas que vimos em montanhas russas. Robert W. Boyd e mais 10 pesquisadores dos Estados Unidos da América, México, Canadá e Alemanha demonstraram experimentalmente que, em condições controladas, a luz executa trajetórias diferentes das esperadas. Para podermos entender o experimento que foi realizado com três fendas, vamos voltar um pouco no tempo e considerar primeiramente a mesma situação com apenas duas fendas. Continuar lendo

Células fotovoltaicas eficientes como réplicas de pétalas de rosas

Por Renata  Kaminski                                                                                                                   Dpto. de Química, UFS / Aracajú – SE

Imagem retirada do artigo original (final do texto)

Figura 01. Comparação da superfície de uma pétala de rosa com a superfície criada para aumentar a eficiências das células fotovoltaicas. Editado do artigo original (final do texto)

Cientistas do KIT (Karlsruhe Institute of Technology) reproduziram as células epidérmicas das pétalas de rosas El Toro, que possuem boa propriedade antirreflexo e integraram com células solares orgânicas. Isso resultou em um ganho de eficiência relativa de 12%, e os resultados foram apresentados no artigo publicado recentemente na revista científica Advanced Optical Materials. Continuar lendo

50 tons de preto

50 tons de preto

Por Paula Borges Monteiro                                                                                                        Grupo de Estudos em Tópicos de Física – IFSC

Este texto não é sobre um novo livro que deve virar filme, estrelado por Christian Black, mas sobre o quão escuro pode ser um objeto. Quando abrimos os olhos ao acordar, certa quantidade de luz atinge as nossas córneas, que são as primeiras estruturas do nosso sistema óptico responsável pela informação visual. Só podemos perceber objetos, pessoas, animais etc., que emitem luz ou que refletem a luz de alguma fonte luminosa. Quando não há luz, esta não atingirá os nossos olhos e perceberemos o preto ao nosso redor. Continuar lendo

Revelando segredos de um fóton

Por Paula Borges Monteiro                                                                                                        Grupo de Estudos em Tópicos de Física – IFSC

Para ouvir o áudio do texto com o autor, clique aqui

Paula - Figura IIO ano de 2015 foi escolhido pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como o “Ano Internacional da Luz e das Tecnologias Baseadas em Luz”. No conjunto de conhecimentos e princípios científicos relacionados à luz, temos a Fotônica, a ciência da produção, controle e detecção de “partículas da luz” que denominamos fótons. Smartphones, sensores de segurança, aparelhos médicos e outras tecnologias utilizadas em nosso dia-a-dia são baseadas na Fotônica. Este campo de pesquisa surgiu Continuar lendo