Por Rita Zilhão – Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (ULisboa)
A doença de Alzheimer (AD) é a forma mais comum de demência, afetando 47 milhões de indivíduos em todo o mundo. Por esta razão, urge identificar fatores de risco e avançar na identificação de fatores e componentes que possam reduzir a incidência do AD.
O diagnóstico final inclui a detecção de características neuropatológicas clássicas da AD, como as designadas placas de beta amiloide (Aβ) e a agregação desordenada da proteína Tau fosforilada (pTau) em determinadas zonas do cérebro.
Recentemente verificou-se que alguns indivíduos mostram uma discrepância entre a cognição e a quantidade de alterações neuropatológicas, indicando que estas alterações em si podem não ser suficientes para explicar o declínio cognitivo. Por outras palavras, algumas pessoas apresentam alterações compatíveis com o Alzheimer, não tendo, no entanto, nenhum sintoma da doença … quase como se os seus cérebros fossem mais resistentes a esta patologia neurodegenerativa. A compreensão dos mecanismos moleculares e celulares subjacentes a este fenômeno que se designou de “resiliência”, ainda é mal compreendida. A fim de elucidar melhor como indivíduos resilientes podem permanecer cognitivamente intactos, e quem sabe no futuro descobrir novas vias terapêuticas, um grupo de cientistas na Holanda selecionou numa coleção cerebral do Banco de Cérebros*, um conjunto de:
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