Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV): Se não há um tratamento que leve à cura, então como existem alguns pacientes considerados curados?

Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV): Se não há um tratamento que leve à cura, então como existem alguns pacientes considerados curados?

Por Ricardo MazzonDepartamento de Microbiologia – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Desde o surgimento da epidemia de HIV na década de 1980, o vírus da imunodeficiência humana (HIV) tem chamado atenção da população, autoridades sanitárias e cientistas. De uma sentença de morte no início da epidemia para os dias de hoje com tratamentos muito avançados, embora não curados, os portadores do vírus podem viver uma vida normal com pouco ou nenhum efeito colateral das medicações modernas. Mas a cura não veio e os pacientes precisam utilizar a medicação por toda a vida, assim como qualquer paciente com uma doença crônica como diabetes ou hipertensão.

Mas mesmo na ausência de um tratamento que promova a chamada cura esterilizante, na qual os vírus são destruídos de todo o organismo, alguns casos se tornaram célebres. Até a presente data (Abril/2024), há relatos na literatura científica de seis pacientes completamente curados do HIV (a chamada cura esterilizante) e que, portanto, não necessitam mais tomar as medicações antirretrovirais.

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Profilaxia Pré-Exposição e Pós-Exposição no controle da epidemia de HIV e outras Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)

Por Ricardo Ruiz Mazzon, Dpto. de Microbiologia, UFSC

Nas décadas de 1960 e 1970, as sociedades encontravam-se em plena mudança comportamental e cultural, influenciadas pelo pós-guerra, revoluções tecnológicas, dentre outros fatores. Uma das consequências destas mudanças foi uma maior liberdade sexual comparada aos padrões sociais anteriores.

Junto à liberdade sexual também veio o aumento da incidência e prevalência de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) que, à época, ainda eram chamadas de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) – esta nomenclatura foi modificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apenas em 2016.

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