Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV): Se não há um tratamento que leve à cura, então como existem alguns pacientes considerados curados?

Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV): Se não há um tratamento que leve à cura, então como existem alguns pacientes considerados curados?

Por Ricardo MazzonDepartamento de Microbiologia – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Desde o surgimento da epidemia de HIV na década de 1980, o vírus da imunodeficiência humana (HIV) tem chamado atenção da população, autoridades sanitárias e cientistas. De uma sentença de morte no início da epidemia para os dias de hoje com tratamentos muito avançados, embora não curados, os portadores do vírus podem viver uma vida normal com pouco ou nenhum efeito colateral das medicações modernas. Mas a cura não veio e os pacientes precisam utilizar a medicação por toda a vida, assim como qualquer paciente com uma doença crônica como diabetes ou hipertensão.

Mas mesmo na ausência de um tratamento que promova a chamada cura esterilizante, na qual os vírus são destruídos de todo o organismo, alguns casos se tornaram célebres. Até a presente data (Abril/2024), há relatos na literatura científica de seis pacientes completamente curados do HIV (a chamada cura esterilizante) e que, portanto, não necessitam mais tomar as medicações antirretrovirais.

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Bebês geneticamente modificados já são uma realidade

Por Virginia Meneghini Lazzari – Dpto. de Biologia Celular Embriologia e Genética, UFSC

A tecnologia de edição do DNA vem sendo utilizada para desenvolver cura e tratamentos para doenças, criar testes de diagnósticos, produzir variedades agrícolas resistentes às mudanças climáticas, entre outros. Os estudos de edição gênica são conduzidos principalmente em linhagens celulares ou em modelos animais. No entanto, este cenário vem mudando desde 2015. Cientistas descobriram que é possível editar o DNA de embriões humanos, causando debates na comunidade científica sobre os limites éticos implicados nesse novo passo da ciência. As discussões sobre o assunto tentam responder perguntas como: A técnica de edição gênica é segura para ser aplicada em embriões humanos? Quais seriam as consequências da criação de indivíduos “transgênicos” para as futuras gerações? Será que existe a real necessidade de editar o DNA de embriões ou existem alternativas mais seguras? Caso a edição gênica de embriões passe a ser utilizada, quais seriam os responsáveis pela supervisão ética da aplicação da técnica?

A edição do DNA utiliza a técnica CRISPR-Cas9 (que rendeu o prêmio Nobel de Química de 2020 às duas cientistas desenvolvedoras da técnica, Emmanuelle Charpentier à esquerda, e Jenifer A. Doudna, à direita. Fonte da imagem: CNN Brasil), que permite que os cientistas façam alterações genéticas com relativa facilidade.

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Mais um passo em frente na cura de doenças por terapia gênica: o sistema CRISPR

Por Rita Zilhão                                                                                                                                          Faculdade de Ciências de Lisboa – Portugal

Em 1989 foi, com aprovação oficial, realizada a primeira transferência de genes para humanos. Desde então, têm sido desenvolvidas estratégias de transferência de genes “saudáveis” para indivíduos portadores de doenças que resultam de alterações na sequência dos genes (mutações), numa tentativa de correção Continuar lendo