Como o cérebro de mamíferos distingue um cheiro de milhares de outros?

Por Ricardo Castilho Garcez, Dpto. de Biologia Celular, Embriologia e Genética – UFSC 

Sentir odores, como aquele cheirinho de café, é tão comum no nosso dia a dia que pode parecer algo simples, mas do ponto de vista biológico é complexo e mal compreendido. Manipulando geneticamente camundongos, de uma forma muito peculiar, pesquisadores da NYU Grossman School of Medicine conseguiram identificar um padrão de ativação de um conjunto de neurônios, responsável pelo reconhecimento de um odor específico. Esse é o primeiro trabalho que associa um determinado circuito neuronal à percepção de um determinado cheiro.

Mas por que isso é tão importante?

Para ficar mais simples de entender, vamos comparar dois sentidos: a visão e o olfato. Continuar lendo

Imitando o nariz canino

Por Renata  Kaminski Dpto. de Química, UFS / Aracajú – SE

Todos sabem que os cachorros possuem um olfato extremamente sensível, esse sentido aguçado se deve ao alinhamento de milhões de minúsculos capilares (tubinhos) que cobrem uma grande área superficial, fazendo com que nossos melhores amigos sejam capazes de detectar odores em concentrações extremamente baixas.

A inspiração dos cientistas na estrutura do nariz dos cães para criação de sensores gasosos não é tão recente. No entanto, a grande dificuldade de fazer uma “boa imitação” é que o material seja de fácil obtenção em escala industrial e a síntese seja reprodutível, ou seja, que se obtenha sempre o mesmo material e com as mesmas Continuar lendo