Por Paula Borges Monteiro Grupo de Estudos em Tópicos de Física – IFSC

Retirada de: http://cientista1.blogspot.com.br/2013/10/vamos-jogar-video-game.html, acesso em 27/09/2016
Atenção! Podemos ter um bom argumento para gastar o tempo livre com jogos de computadores: contribuir para o progresso da ciência! Em abril de 2016, o reconhecido periódico inglês Nature publicou o trabalho Exploring the quantum speed limit with computer games, sobre a investigação de um limite para velocidades em sistemas quânticos a partir de jogos de computadores. Mais do que descrever essa novidade científica numa linguagem mais acessível, aqui pretendo apresentar os termos “ciência cidadã” e “gamificação”, que inspiram diferentes áreas de pesquisa em todo o mundo.
Ciência cidadã é a aquisição de conhecimento a partir de um método científico onde
os pesquisadores podem ser quaisquer pessoas que tenham disponibilidade de tempo e algum recurso tecnológico (computador ou celular, por exemplo). Nenhum conhecimento prévio é necessário, apenas a disposição voluntária. Essa prática teve início há mais de um século. Um dos primeiros trabalhos a ser realizado dessa maneira foi o levantamento de espécies de pássaros de uma determinada região. Qualquer pessoa pode observar e contar tipos de pássaros e o conjunto de dados obtidos de várias regiões forma um rico banco de consulta para pesquisas científicas.
Por sua vez, gamificação é transformar um determinado evento em um jogo com estratégias e resultados relacionados a determinados objetivos. A gamificação também já é utilizada há muito tempo. Um exemplo são as gincanas científicas comuns em escolas, para incentivar os estudantes a se apropriarem de determinado conteúdo.
A união entre a ciência cidadã e a gamificação tem como produto jogos abertos para computadores. O jogo é pensado de tal forma que a estratégia utilizada por um cidadão comum pode apresentar, ao pesquisador que o criou, uma nova forma de raciocinar sobre o problema. Um belo exemplo é o jogo EyeWire, que foi criado em um laboratório do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), para mapear os neurônios da retina. Resultados importantes já foram publicados como o trabalho Space–time wiring specificity supports direction selectivity in the retina de 2014, também no periódico Nature.
Voltando ao trabalho que inspira esse texto, 11 pesquisadores dinamarqueses e “jogadores”, indicados como autores, apresentaram o Quantum Moves, um jogo online baseado em problemas de física quântica. O jogo, que pode ser encontrado em www.scienceathome.org, pode ser utilizado por qualquer pessoa, com pouca ou nenhuma formação sobre o assunto. O problema em questão está relacionado com a rapidez de operação de processos quânticos. Em especial, quando falamos em computadores quânticos, além da capacidade de resolução de problemas não solucionados por computadores clássicos, esperamos que os processos tenham maior velocidade. Há desafios a serem ultrapassados na determinação dos limites impostos pela natureza para a velocidade a ser alcançada em um processo físico e os pesquisadores desenvolveram um jogo para ajudá-los nessa tarefa. Deslocando uma partícula de uma posição à outra, com movimentos simples, é possível determinar caminhos que otimizam os processos quânticos.
O Quantum Moves é apenas o primeiro jogo utilizado na solução de problemas em física quântica, mas abre várias possibilidades em um campo ainda pouco explorado. Convide os seus colegas para conhecer essa nova oportunidade!
Olá, eu tive alguns problemas pra conseguir logar na plataforma deles, logo não consegui mandar minha pontuação no jogo pra base de dados deles. Consegui jogar como visitante, mas acredito que assim não consigo contribuir muito com o ideal do projeto. Tem como dar uma ajuda? Na plataforma diz que meu email está com formato inválido.
Bom dia Marcos! O blog Cientistas descobriam que … não tem ligação direta com os jogos e, nesse caso, você deve tentar entrar em contato com eles, pela plataforma. Obrigado pelo interesse e participação!
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