Monitorar a pressão do olho pelo seu smartphone? Essa realidade está próxima!

Por Talita da Silva Jeremias – Dpto. de Biologia Celular, Embriologia e Genética – UFSC

Nossos olhos possuem uma cavidade, entre a córnea e o cristalino, que é preenchida por um líquido chamado de humor aquoso, constituído de água e sais. Esse líquido possui a importante função de nutrição da córnea e manutenção da temperatura do olho, mas quando em excesso pode ocasionar um aumento na pressão dentro do olho (pressão intraocular) e, consequentemente, lesionar o nervo óptico e prejudicar a visão. 

O aumento na pressão intraocular é um dos fatores de risco para o desenvolvimento de glaucoma, uma doença oftalmológica que, se não controlada, pode levar à cegueira. Assim, uma das maneiras de controlar a progressão da doença é monitorar a pressão intraocular para que tratamentos adequados possam ser conduzidos. 

Mas, como monitorar a pressão nos olhos? Atualmente, exames laboratoriais simples são utilizados, mas estes não permitem uma detecção contínua da pressão. Existem também lentes de contato com sensores embutidos, porém essas são rígidas, espessas, bloqueiam parcialmente a visão e são pouco sensíveis. Então, pesquisadores de bioengenharia vêm buscando uma solução adequada para monitorar a pressão intraocular. 

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A impressão 3D de tecidos vivos anda a passos largos

Por Marco Augusto Stimamiglio – Instituto Carlos Chagas – Fiocruz/PR

Uma das tecnologias atuais mais promissoras para a fabricação de tecidos e órgãos artificiais, que pode ser capaz de revolucionar o diagnóstico e o tratamento de muitas condições médicas diferentes, é a chamada bioimpressão 3D. Em edição anterior do Cientistas Descobriram que… entendemos do que realmente se trata a impressão em 3 dimensões (3D). Neste texto, vamos tratar da bioimpressão, processo que usa de tecnologias computacionais avançadas para modelar materiais biológicos (como células, biomoléculas e biomateriais) para a fabricação de “peças” que imitam os tecidos. Essa nova abordagem da impressão 3D requer materiais biocompatíveis, isto é, materiais que não são tóxicos aos tecidos vivos e são capazes de atuar como suporte para as células impressas, permitindo que essas sejam cultivadas em biorreatores para se desenvolverem e se tornarem funcionalmente maduras. Continuar lendo