Por Rita Zilhão, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal
Apesar dos avanços na terapia dirigida ao câncer, principalmente do progresso da imunoterapia (baseada na administração de anticorpos), a quimioterapia continua a ser uma das armas de ataque no combate ao câncer, sobretudo num cenário em que já se detectou o aparecimento de metástases. Os protocolos de administração dos diferentes quimioterápicos estabelecem-se e são aprovados de acordo com a sua, previamente demonstrada, eficácia e segurança em situações de câncer idênticas. Ou seja, baseiam-se numa estatística de diferentes respostas de diferentes indivíduos, e não na resposta individual de um determinado doente com um câncer específico. Devido a numerosos fatores, entre os quais a heterogeneidade de células dos tumores malignos e a própria evolução do processo tumoral, observa-se em alguns casos, o tratamento protocolar acaba por se revelar ineficaz, com a agravante de expor os doentes a uma toxicidade desnecessária que só os enfraquece. Por este motivo, desde há muito que se tem procurado progredir numa terapia personalizada.