Um novo monstro no pedaço?

Por Paulo César Simões-Lopes – Departamento de Ecologia e Zoologia – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Somos fascinados por pesos e tamanhos. Quem é o maior ou o menor ou o que vive mais ou mais venenoso ou a mordida mais forte?… Saber sobre esses detalhes nos dá uma falsa sensação de conhecimento ou intelectualidade. Podemos jogar isso sobre os outros e parecer melhores. É um ato simplório, mas também corriqueiro.

Faz tempo que sabemos de que as baleias-azuis são os maiores vertebrados do planeta, e mais, sabemos que o prêmio máximo coube a uma fêmea. Era uma baleia de 160 toneladas, muito acima do que os guias de identificação preconizam1.

Depois vieram as descobertas do que se chamou de Supersaurus, uma versão amplificada dos pescoçudos Apatosauros e Diplodocus reinantes no Jurassic Park2. Eles de fato eram maiores que as baleias azuis, mas pelo menos três vezes2-3 mais leves e assim ficou difícil de lhes dar o prêmio máximo.

Então, este ano veio uma nova bomba. Os Cientistas Descobriram Que, debaixo das rochas andinas do Peru, existiam achados espetaculares. Ossos fósseis de uma criatura muito pesada jaziam ali. Os primeiros cálculos estavam baseados em algumas vértebras torácicas e suas costelas associadas. Essa primeira estimativa extrapolou os valores conhecidos até então e propôs que o monstro tinha 340 toneladas. O monstro era uma nova baleia fóssil e ganhou o nome de Perucetus colossos, nada mais justo para valores colossais, que alcançariam o peso de DUAS baleias azuis recordistas. 

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