No autismo, o amor é o calor que aquece

Por Julia Fernandez Puñal Araújo e Geison Souza Izídio, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do desenvolvimento caracterizado por desafios como interação social, fala e comunicação não-verbal, bem como comportamentos repetitivos. No entanto, comportamentos sensoriais atípicos são um aspecto central do autismo, pois afetam cerca de 90% das crianças. 

Devido à complexidade de se estudar o cérebro de recém-nascidos, ou mesmo de crianças, existem modelos animais de camundongos, que imitam alguns aspectos do autismo e que permitem avanços significativos nesta área de pesquisa. Sabe-se que durante a primeira semana de vida destes camundongos, a integridade sensorial é fundamental, pois os recém-nascidos têm que realizar comportamentos inatos vitais, como, por exemplo, a busca de mamilos para se alimentar. Por nascerem pouco desenvolvidos (sem pelos, cegos e com pouca mobilidade corporal), os filhotes de camundongos apresentam, nos primeiros dias de vida, uma dependência materna muito maior que bebês humanos para lidar com todos os desafios.

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Autismo, mais uma peça neste misterioso puzzle…

Por Hélia Neves – Faculdade de Medicina de Lisboa – Portugal

nambitomo/iStock/Thinkstock

O autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), é um distúrbio neurológico que aparece nos primeiros anos de vida e afeta o desenvolvimento normal do cérebro. Um individuo com autismo apresenta dificuldades de comunicação e sociabilização (estabelecer relações interpessoais) e alterações de comportamento (interacções com o meio ambiente). Embora o autismo ainda não tenha cura, em um passado recente têm-se feito contribuições importantes para a compreensão desse distúrbio. Hoje sabemos que o autismo pode ter uma base genética associada a algumas causas ambientais, e que alterações do trato digestivo e dieta se relacionam com a evolução desse distúrbio (tema já abordado anteriormente no CDQ, clique aqui para acessar).

Os cientistas descobriram que… defeitos na proteína CPEB4 levam a alterações na expressão de 200 genes envolvidos na atividade neuronal, aumentando a susceptibilidade ao autismo. Continuar lendo