Por Paulo César Simões-Lopes – Dpto de Ecologia e Zoologia – UFSC
Estamos no México, num mar de azul sem igual. A beira do deserto de Sonora, no grande Golfo da Baja Califórnia, se desenrola um thriller sufocante, um filme de suspense, um drama policial. A cada ano são menores as chances de salvá-la. Tudo o que fazemos parece dar em nada. E, por trás deste drama, existe corrupção, dinheiro dentro de envelopes, comércio ilegal, traficantes, assassinatos, ganância.

Neste cenário de suspense, há uma iguaria, para lá de estranha, e que ganha notoriedade a cada ano que passa: a bexiga natatória de um peixe scienídeo, conhecido localmente como totoaba (Totoaba macdonaldi).
Trata-se apenas de um órgão de flutuação dos peixes ósseos e que permite que eles regulem a profundidade desejada, mas os chineses a consideram uma iguaria e com ela preparam uma sopa especial. Dizem que a tal sopa tem valor medicinal protegendo contra os males do fígado e da artrite, o que se mostrou falso1.
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