O que faz com que alguns espermatozoides sejam mais rápidos que outros?

Por Virginia Meneghini Lazzari – Departamento de Biologia Celular, UFSC

Caros leitores, vocês já pararam para pensar que mesmo as informações científicas podem ter uma “narrativa literária”? Pois então, estou aqui para contar para vocês uma história científica sobre amor e espermatozoides.

Começando pelo início…. Para que uma nova vida se forme, é necessário que ocorra a fecundação: a junção de um espermatozoide com um óvulo. Essa união ocorre após uma maratona de natação dos espermatozoides, em que milhões deles competem pelo mesmo óvulo. O caminho percorrido por estes milhões de espermatozoides impõe uma série de obstáculos para selecionar o espermatozoide mais apto à fecundação. Mas o que será que torna um espermatozoide “o escolhido”? Seria seu formato? Suas habilidades físicas ou químicas? Sua agilidade? Seu “amor”?

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Bebês geneticamente modificados já são uma realidade

Por Virginia Meneghini Lazzari – Dpto. de Biologia Celular Embriologia e Genética, UFSC

A tecnologia de edição do DNA vem sendo utilizada para desenvolver cura e tratamentos para doenças, criar testes de diagnósticos, produzir variedades agrícolas resistentes às mudanças climáticas, entre outros. Os estudos de edição gênica são conduzidos principalmente em linhagens celulares ou em modelos animais. No entanto, este cenário vem mudando desde 2015. Cientistas descobriram que é possível editar o DNA de embriões humanos, causando debates na comunidade científica sobre os limites éticos implicados nesse novo passo da ciência. As discussões sobre o assunto tentam responder perguntas como: A técnica de edição gênica é segura para ser aplicada em embriões humanos? Quais seriam as consequências da criação de indivíduos “transgênicos” para as futuras gerações? Será que existe a real necessidade de editar o DNA de embriões ou existem alternativas mais seguras? Caso a edição gênica de embriões passe a ser utilizada, quais seriam os responsáveis pela supervisão ética da aplicação da técnica?

A edição do DNA utiliza a técnica CRISPR-Cas9 (que rendeu o prêmio Nobel de Química de 2020 às duas cientistas desenvolvedoras da técnica, Emmanuelle Charpentier à esquerda, e Jenifer A. Doudna, à direita. Fonte da imagem: CNN Brasil), que permite que os cientistas façam alterações genéticas com relativa facilidade.

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Retirando os vírus do banco dos réus

Por Giordano W. Calloni – Dpto. de Biologia Celular, Embriologia e Genética – UFSC

Meu caro leitor, talvez este não seja o momento oportuno para o assunto que irei abordar. Confesso que relutei em alguns momentos a escrever essa postagem justamente no momento em que o Covid19 tem ceifado a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo.

As descobertas que lhes contarei hoje não são atuais, mas justamente gostaria de trazê-las aos holofotes para tentar tirar os vírus do banco dos réus, bem, ao menos alguns deles. Meu intuito será justamente colocar os vírus no outro lado da balança (o da vida e não o da morte) e mostrar que é graças a eles que novas e maravilhosas formas de vida surgiram em nosso planeta. Continuar lendo

Óvulos por toda a vida! Será o fim da infertilidade feminina?

Por Ricardo Castilho Garcez                                                                                                       Dpto. de Biologia Celular, Embriologia e Genética – UFSC

Para ouvir o áudio do texto com o autor, clique aqui.

Capa da revista New York Magazine de outubro de 2011

Capa da revista New York Magazine de outubro de 2011

O dogma de que as mulheres nascem com um número limitado de óvulos (ou melhor, células capazes de dar origem aos óvulos), está sendo desacreditado! Uma série de estudos realizados nos últimos anos estão demonstrando que diferentes populações de células-tronco são capazes de formar células da linhagem germinativa em indivíduos adultos. Inclusive, já existem trabalhos demonstrando, em modelos animais, a recuperação de folículos e ovócitos em ovários estéreis. Continuar lendo