Por Alessandra Melo de Aguiar – Instituto Carlos Chagas, Fiocruz Curitiba – Paraná
Imagine a seguinte situação: você combinou de levar sua receita especial de torta de limão para uma confraternização no trabalho. Ao preparar a receita, você não acha o espremedor de limão, sem demora você olha os utensílios disponíveis no escorredor de louça e vê o pegador de macarrão, você então improvisa e utiliza o pegador de macarrão para espremer o limão, e dá tudo certo com o preparo da receita. O pegador de macarrão não foi feito para espremer limões, mas ele funcionou muito bem para isso. Essa pequena história de nosso cotidiano pode explicar como alguns cientistas pesquisam novos medicamentos. Você sabia que vários dos medicamentos utilizados hoje em dia foram desenvolvidos inicialmente para o tratamento de algo totalmente diferente? Esse processo é chamado de reposicionamento de fármacos e é como dar um novo uso a remédios usados para tratar outra doença. Assim como você encontraria novos usos para utensílios de cozinha, os cientistas estudam novos usos para remédios já existentes.
Por exemplo, a semaglutida, medicamento inicialmente desenvolvimento para o tratamento do diabetes tipo 2, em pesquisas posteriores se mostrou promissor para a perda de peso e já existem hoje remédios aprovados para o tratamento da obesidade. Outro exemplo, é o Sildenafil, que foi desenvolvido inicialmente para tratamento de pressão alta, porém mostrou um efeito adverso curioso, e atualmente é utilizado no tratamento de disfunção erétil. Estes casos mostram como os cientistas podem descobrir que medicamentos já conhecidos podem ser estudados para novos tratamentos de problemas de saúde completamente diferentes.
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