A saga dos cientistas que copiam a natureza: células-tronco artificiais! Será mesmo?

Por Marco Augusto Stimamiglio – Instituto Carlos Chagas – Fiocruz, Paraná

O uso das células-tronco em tratamentos clínicos da chamada medicina regenerativa se baseia sobretudo no potencial destas células em induzir a recuperação dos tecidos que são lesionados ou são acometidos por alguma doença que cause sua degeneração. As características e potencialidades das células-tronco são inúmeras, a depender de seu tecido de origem e do estágio de maturação que se encontre. 

Este blog já dedicou muitos dos seus textos descrevendo promissoras descobertas científicas sobre as células-tronco (veja exemplos aqui). Contudo, o uso destas células na medicina regenerativa enfrenta grandes desafios, seja pela diversidade que dificulta a uniformização da sua aplicação ou pela instabilidade durante seu cultivo e expansão em laboratório. É justamente por este motivo que os cientistas buscam maneiras de copiar as células-tronco e substituí-las por produtos de fabricação laboratorial, multiplicáveis e uniformes, por vezes chamados de células-tronco artificiais.

No ano de 2016, cientistas da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, desenvolveram uma espécie de versão sintética de célula-tronco cardíaca. Micropartículas que imitavam as células foram fabricadas em laboratório, utilizando o conteúdo secretado por células-tronco (conhecido como fatores parácrinos, que são sinais enviados entre as células de um tecido).

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Uma realidade 3D para o crescimento e a reconexão de fibras neuronais

Por Marco Augusto Stimamiglio                                                                                          Instituto Carlos Chagas – Fiocruz/PR

marco-figuraApós uma lesão na medula espinhal, com o rompimento das fibras neuronais que percorrem a coluna vertebral de um indivíduo, interrompe-se o fluxo de informações do cérebro para o corpo e do corpo para o cérebro. O resultado é a paralisia e a perda de sensibilidade em regiões do corpo que variam de acordo com a extensão e a localização da lesão. Além disso, como resposta do organismo à lesão tecidual, desenvolve-se uma cicatriz no local lesionado Continuar lendo

De Darwin à medicina, uma nova  disciplina:  a medicina evolutiva

Por Rita Zilhão                                                                                                                                          Faculdade de Ciências de Lisboa – Portugal

Adapatado de Randolph M. Nesse and George C. Williams (1998) Evolution and the Origins of Disease. Sci Am Nov 1998

Em 1859, Charles Darwin publica o livro “A origem das espécies” onde expõe, de um modo bem documentado, como as espécies terão evoluído através do tempo. Deste estudo nasceu a teoria da evolução mediada pela seleção natural. A transcendência da sua obra manifesta-se na extensão com que afetou alguns aspetos centrais da pessoa, da sociedade e da ciência, surgindo inclusive uma nova especialidade, a biologia evolutiva, Continuar lendo

Prêmio Nobel 2014: medicina, física e química

O Prêmio Nobel é o maior prêmio que um cientista pode receber. É oferecido todos os anos aos cientistas que fizeram grandes descobertas. Cientistas descobriram que… preparou um post especial para nossos leitores. Reunimos três pesquisadores das áreas de Biologia/Biomedicina, Física e Química para explicar as grandes descobertas que renderam o prêmio Nobel de Medicina, Química e Física de 2014. Aproveitem! Continuar lendo