Organoides de cérebros humanos modernos com genes neandertais

Por Ricardo Castilho Garcez – Dpto. de Biologia Celular, Embriologia e Genética, UFSC

            Cientistas da Universidade da Califórnia (EUA) compararam o genoma de homens de Neandertal, que viveram na eurásia há 40.000 anos atrás, com o genoma de humanos modernos. Dentre as várias diferenças encontradas, chamou atenção uma variante do gene que codifica a proteína NOVA1. Para entender se essa proteína variante poderia contribuir para as diferenças existentes entre nosso cérebro e o de homens de Neandertal, esses cientistas produziram organoides cerebrais humanos (aglomerados celulares que recriam parte da estrutura e função do cérebro, também conhecidos como minicérebros), substituindo o gene da proteína NOVA1 moderna, pela variante de neandertal. Ou seja, produziram organoides cerebrais humanos que expressavam a versão neandertal da proteína NOVA1.

            Você ficou curioso para saber se a alteração de uma única proteína poderia mudar o desenvolvimento do nosso cérebro, aproximando-o do cérebro dos Neandertais?

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Bactérias ancestrais poderiam nos proteger do Acidente Vascular Cerebral (AVC)?

Bactérias ancestrais poderiam nos proteger do Acidente Vascular Cerebral (AVC)?

Por: Giordano W. Calloni                                                                                                                    Dpto. de Biologia Celular, Embriologia e Genética – UFSC

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Transferência de mitocondrias entre células eucariontes

Em 28 de julho de 2016, um grupo de cientistas dos EUA e da China publicou algo incrível na conceituada revista Nature. Neurônios de camundongos, submetidos à um estresse similar ao que ocorre em pessoas com acidente vascular cerebral (AVC), foram capazes de receber mitocôndrias saudáveis de células vizinhas (chamadas de astrócitos). Incrivelmente, essas mitocôndrias saudáveis passam a fazer parte desses neurônios auxiliando-os a recuperarem-se do estresse causado. Continuar lendo

Uma realidade 3D para o crescimento e a reconexão de fibras neuronais

Por Marco Augusto Stimamiglio                                                                                          Instituto Carlos Chagas – Fiocruz/PR

marco-figuraApós uma lesão na medula espinhal, com o rompimento das fibras neuronais que percorrem a coluna vertebral de um indivíduo, interrompe-se o fluxo de informações do cérebro para o corpo e do corpo para o cérebro. O resultado é a paralisia e a perda de sensibilidade em regiões do corpo que variam de acordo com a extensão e a localização da lesão. Além disso, como resposta do organismo à lesão tecidual, desenvolve-se uma cicatriz no local lesionado Continuar lendo