Células-tronco cardíacas “vestidas a rigor” com a ajuda das plaquetas… O “último grito da moda” na terapia celular de reparação da lesão cardíaca

Por Hélia Neves – Faculdade de Medicina de Lisboa – Portugal

Células estaminais cardíacas (azul e magenta) revestidas na sua superfície com nanovesículas de plaquetas (amarelo torrado). Creditos: NC State University.

As doenças cardiovasculares representam a maior causa de morte em países ricos e emergentes, causando um grande peso na sociedade. Todos os anos morrem mais de quatro mil portugueses, e mais de trezentos mil brasileiros, vítimas de enfarte agudo do miocárdio (vulgarmente conhecido como ataque cardíaco).

O enfarte do miocárdio é causado por coágulos que obstruem as artérias coronárias. Essas artérias são responsáveis pelo fornecimento de oxigénio ao coração e quando obstruídas levam a uma redução da oxigenação (isquemia) do músculo cardíaco, causando lesão e morte celular na região afetada. Nas lesões cardíacas isquémicas, a formação do coágulo resulta de alterações das paredes dos vasos que expõem os componentes da matriz extracelular do tecido conjuntivo (como o colagénio, fibronectina e factor de von Willebrand) no lúmen (interior) do vaso. Em condições normais estes componentes da matriz mantêm-se separados do lúmen do vaso por uma barreira epitelial (endotélio), e quando entram em contacto com o sangue circulante, interagem com as plaquetas, dando início ao processo de coagulação sanguínea. Continuar lendo

O que faz bater o seu coração? Os Macrófagos! Eles são electrizantes…

Por Hélia Neves – Faculdade de Medicina de Lisboa – Portugal

Helia - figura 1

Macrófagos (verde) “ligam” as células condutoras do coração (roxo) proporcionando o estímulo eléctrico que ajuda as células do coração a contrair. Fonte: Sciencenews

Os macrófagos [do grego, μακρος (macro, que significa grande) e φαγειν (fago, que significa comer)], são células de grandes dimensões que patrulham e limpam os tecidos do nosso corpo de debris (restos) celulares, substâncias estranhas, micróbios, células cancerosas e outros tipos de células do sangue (quando envelhecidas), através de um processo designado por fagocitose (“comer a célula”). Para além de fagocitarem, os macrófagos são células importantes do nosso sistema de defesa não-específica (imunidade inata) e também ajudam a iniciar mecanismos de defesa específicos (imunidade adaptativa), recrutando outras células do sistema imunitário (como os linfócitos).

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Mães mais velhas que se exercitam podem reduzir o risco de defeitos cardíacos em seus bebês

Por Marco Augusto Stimamiglio                                                                                          Instituto Carlos Chagas – Fiocruz/PR

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Marco_adicional - FiguraNa espécie humana, o risco de um bebê desenvolver algum defeito cardíaco durante a gestação está associado com a idade da mãe. Este não é o único fator de risco, já que a pré-disposição genética, a ocorrência de infecções, a obesidade e o diabetes materno durante a gestação também podem levar ao desenvolvimento de malformações do coração do bebê (cardiomiopatias congênitas). O que ainda não se sabe é se o desenvolvimento do feto é comprometido devido à idade da mãe ou a idade do óvulo; Continuar lendo