Como cientistas multiplicam células musculares para regenerar músculos

Por Marco Augusto Stimamiglio – Instituto Carlos Chagas, Fiocruz Curitiba – Paraná

Imagine se fosse possível transformar células adultas do músculo em células progenitoras capazes de reconstruí-lo. Cientistas da Universidade de Harvard desenvolveram uma técnica inovadora que pode revolucionar o tratamento de lesões musculares e doenças degenerativas, como a distrofia muscular. Eles conseguiram reverter células musculares adultas de camundongos a um estado semelhante ao de células-tronco, capazes de regenerar completamente o tecido muscular danificado.

Foto por Andrea Piacquadio em Pexels.com

A verdade é que o músculo esquelético possui uma notável capacidade de regeneração, atribuída às células satélites (um tipo especial de célula-tronco residente nos músculos). Essas células permanecem em estado “adormecido” até que uma lesão ocorra, momento em que se ativam para reparar o tecido danificado. No entanto, quando isoladas e cultivadas em laboratório, essas células tendem a perder sua capacidade regenerativa, diferenciando-se rapidamente em células musculares comprometidas, conhecidas como mioblastos. Essa limitação tem sido um obstáculo significativo para terapias eficazes.

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Músculos e Miocinas: um salto para uma vida saudável

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Por Heiliane de Brito Fontana – Dpto. de Ciências Morfológicas – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Toda forma de atividade física envolve a contração de músculos estriados esqueléticos. Lições aprendidas com a exposição prolongada à microgravidade ou ao desuso nos mostram o quão indispensável é o estímulo mecânico dos músculos para a nossa saúde.

A capacidade dos músculos esqueléticos de se encurtar e produzir força durante a contração advém do deslizamento de miofilamentos contidos nas fibras musculares, as células contráteis do músculo. Esses miofilamentos se organizam como elos de uma corrente no músculo através de unidades funcionais microscópicas chamadas de sarcômeros (do grego Sarx, Sarkos, carne e Meros, parte).

É o alinhamento dos sarcômeros nos músculos que resulta nas estrias presentes na fibra muscular quando observada ao microscópio.

O nome “músculo estriado esquelético” reflete essa organização dos sarcômeros e o fato desses músculos se ancorarem no esqueleto. Os únicos órgãos em nosso corpo sob comando voluntário são os músculos, sendo capazes de gerar a força necessária ao movimento das nossas articulações.

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