A caminho de uma restauração dentária biológica

Por Michelle Tillmann Biz – Dpto. de Ciências Morfológicas / UFSC

As restaurações dentárias, em decorrência de cáries, são uma rotina nos consultórios odontológicos e envolvem o uso de materiais sintéticos e/ou cimentos minerais.

Em relação à profundidade da cárie, podemos ter vários níveis de lesões (Figura 1). Geralmente as cáries rasas e médias atingem somente o esmalte e a dentina. Já as cáries profundas podem atingir a polpa dentária, um tecido vital, rico em células-tronco (vide texto anterior no CDQ sobre o assunto), que se encontra no interior do dente.

Figura 1: Diferentes profundidades de cavidades de cárie. (adaptado de Avery e Chiego Jr., 2001)

Em todos os casos, após o acesso à lesão de cárie e limpeza da cavidade, os materiais restauradores preenchem essas cavidades permanecendo no dente de forma definitiva. Mas, quando a cavidade é profunda e expõe a polpa dentária, uma sequência de eventos de reparo natural é ativada nesse tecido. Neste processo, células-tronco residentes da polpa serão mobilizadas a diferenciarem-se em novas células produtoras de dentina (os odontoblastos). Esses odontoblastos irão produzir Continuar lendo

Células-tronco, câncer e as células-tronco tumorais

Por Filipe Modolo – Dpto. de Patologia, UFSC

As células-tronco possuem a capacidade de diferenciar em diversos tipos de células de nosso organismo e isso faz delas objeto de grande interesse na ciência. Recentemente, diversas pesquisas mostraram os resultados positivos da utilização de células-tronco no tratamento de doenças, como hemofilia, osteogênese imperfeita, lesões de cartilagem ou na recuperação da medula óssea após quimioterapia/radioterapia, na recuperação do músculo cardíaco após infarto do miocárdio e no tratamento de lesões neurais após acidente vascular encefálico ou trauma. Além disso, diversos estudos clínicos envolvendo células-tronco estão em desenvolvimento e os resultados são bastante promissores. Continuar lendo