O importante é ter saúde: lições sobre a resistência a tumores aprendidas com ratos-toupeira-pelados

Por Bruno Costa da Silva – Champalimaud Centre for the Unknown/Lisboa – Portugal

RUFUS rato-toupeira do desenho animado Kim (Foto: Divulgação Disney)

Linhas de investigação que buscam novos tratamentos para pacientes com câncer, em sua enorme maioria, focam em entender como pessoas inicialmente saudáveis podem, em algum momento de suas vidas, desenvolver doenças oncológicas. Apesar de muito bem-sucedida, essa abordagem peca por desconsiderar o fato de que (ainda bem) a maior parte das pessoas não desenvolve câncer durante o seu período de vida. Dessa forma, dependendo do ângulo que se olhe para o problema, pode-se considerar que, como espécie, os humanos são, em sua maioria, resistentes ao desenvolvimento de cânceres. Com isso em mente, ao invés de perguntarmos “Por que algumas pessoas desenvolvem câncer” não seria o caso de perguntarmos “O que a maioria dos humanos tem de especial que os tornam imunes ao desenvolvimento de cânceres” Continuar lendo

Nas 55 linhas de um embate entre Ciência e Política

Por Geison Souza Izídio                                                                                                                  Dpto. de Biologia Celular, Embriologia e Genética – UFSC

geison-imagemAno 55, século XX, faleceu Albert Einstein, um dos maiores cientistas que já viveu neste nosso pálido ponto azul, chamado de planeta Terra. Não seria preciso ressaltar aqui as enormes contribuições científicas deixadas por esta mente brilhante, ao longo dos seus anos de vida. Porém, nem todos sabem que pouco antes de falecer, Einstein foi signatário do “Manifesto Russell-Einstein” (1955), escrito por Bertrand Russell, filósofo premiado com o Nobel de literatura. Este texto alertava para os perigos da proliferação de armamentos nucleares e solicitava que os líderes mundiais Continuar lendo

Sobre a velhice e os tumores

Por Bruno Costa da Silva                                                                                                  Pesquisador do Champalimaud Centre for the Unknown/Lisboa – Portugal

Dados da Organização das Nações Unidas estimam que a população mundial de pessoas com mais de 60 anos seja superior a 2 bilhões de indivíduos até o ano de 2050. Isso significa que, além de um sistema previdenciário robusto, precisaremos de uma atenção ainda maior aos futuros casos de câncer. Já é sabido que os cânceres são, de maneira geral, doenças de envelhecimento, sendo que quanto mais idosos ficamos maior é o tempo para acumularmos mutações associadas a eles. Continuar lendo