Por Giordano W. Calloni – Dpto. de Biologia Celular, UFSC
Olá, Leitores! Primeiramente, preciso confessar que eu estava trabalhando em outro texto para o Blog, quando no sábado, dia 06/05/23, me deparei com esta estonteante novidade. Detalhe: meu texto precisava ser entregue no dia 08/05/23. Não hesitei, “coloquei na gaveta” o texto que estava em andamento. Simplesmente não resisti ao impulso de contar esta novidade aos leitores do CDQ o quanto antes. Como o título desta postagem revela, algo extraordinário, que não acontece todos os dias, aconteceu: um grupo de pesquisadores acaba de identificar uma nova organela celular. A pesquisa foi publicada na prestigiada Revista Nature online no dia 03/05/23.
Para os menos familiarizados com o tema, as organelas das células são as estruturas responsáveis pelas diferentes funções que uma célula executa (Figura 1). Por exemplo: em eucariontes, temos o núcleo onde se encontra o DNA, repositório da informação genética. No citoplasma, os retículos endoplasmáticos, liso e rugoso, sintetizam lipídeos e proteínas, respectivamente; o complexo de Golgi processa e distribui as proteínas e lipídios. As mitocôndrias produzem energia. Os lisossomos e peroxissomos trabalham pela “limpeza” interna da célula. O citoesqueleto confere forma e motilidade e organiza os demais componentes intracelulares. Em células vegetais, os cloroplastos realizam a fotossíntese e os vacúolos armazenam diversas substâncias e fazem o controle osmótico.

Mas então, quem é essa nova organela? E o que ela faz? Parece que essa organela ainda não recebeu um nome definitivo, mas está sendo chamada nesse momento de corpos PXo (do inglês PXo bodies) (Figura 1, em amarelo). Entenderemos em breve o porquê de ela estar sendo chamada assim.
Figura 1: As principais organelas de uma célula animal e a organela recém-descoberta: Corpo PXo.
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